sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Adesão a Campanha "CUMPRA-SE", pelo Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça

Em 13/12/2011, no marco do período de 1 ano após a publicação da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso que julgou as violações perpetradas pelo Estado brasileiro no âmbito da repressão à Guerrilha do Araguaia, o Coletivo RJ aderiu ao movimento CUMPRA-SE de iniciativa do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo, para pressionar o Governo Brasileiro pelo cumprimento integral da sentença.

Na ocasião, foi feito um movimento de distribuição de folhetos informativos sobre a campanha no Aeroporto Santos Dumont e uma manifestação pública do Coletivo RJ, em evento na OAB-RJ para o lançamento do livro 'Desafia o nosso peito', de Adail Ivan de Lemos.





Neste sentido, o Coletivo RJ torna pública a seguinte manifestação de apoio:

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CUMPRA-SE
O Estado brasileiro precisa CUMPRIR INTEGRALMENTE a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso Araguaia!

Há trinta anos, famílias de presos políticos pedem explicações à justiça brasileira sobre o paradeiro de seus filhos, irmãos, maridos, esposas, e pais que foram vítimas de desaparecimento forçado pelo aparato repressivo do Estado no combate à guerrilha do Araguaia.

Em 1982 as famílias entraram na justiça com uma ação civil buscando saber o paradeiro de seus familiares, as circunstâncias dos desaparecimentos e os respectivos responsáveis. Como não houve resposta alguma, os familiares em 1995, recorreram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos que, por sua vez, encaminhou o caso para a Corte Interamericana. Enquanto isso, em 2003, a justiça brasileira expediu a sentença da ação civil, condenando o Brasil a abrir os arquivos das Forças Armadas para informar, no prazo de 120 dias, o local do sepultamento desses militantes, o que até hoje não ocorreu.

A Corte Interamericana julgou o caso internacional e condenou o Brasil, em novembro de 2010 pelos desaparecimentos forçados dos membros da Guerrilha do Araguaia e pela falta de investigação e responsabilização dos envolvidos. A sentença diz claramente que a Lei de Anistia de 1979, está em contradição com a jurisdição internacional de direitos humanos quando impede que os torturadores e assassinos da ditadura sejam julgados.

Em 1992 o Brasil ratificou a Convenção Americana de Direitos Humanos e reconheceu, em 1998, como obrigatória a competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

É grave: se o Estado brasileiro não cumpre a lei, que autoridade terá para pedir aos brasileiros que a cumpram?

O Coletivo RJ pela Memória, Verdade e Justiça entende que é indispensável o cumprimento integral da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos pelo Estado brasileiro para esclarecer o que ocorreu com os mortos e desaparecidos políticos, para romper com a impunidade dos crimes da ditadura, fazer justiça e fortalecer a democracia. 


CUMPRA-SE
Rio de Janeiro, 13 de dezembro de 2011                 coletivorj@rededemocratica.org
                                                                                                       www.coletivorj.blogspot.com

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Inauguração do Memorial no Cemitério de Ricardo de Albuquerque

No dia 11 de dezembro foi realizada ato de inauguração do Memorial dos Presos Políticos da Ditadura, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque. O Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça esteve presente.
"O projeto, idealizado pelo Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, é composto por 14 totens espelhados que levam os nomes dos homenageados. Os ex-políticos terão suas ossadas depositadas em caixas, num grande túmulo de granito. O trabalho de exumação das 2.100 ossadas depositadas como indigentes em valas de Ricardo de Albuquerque, vizinha ao Campo de Gericinó, foi iniciado há exatos 20 anos. Depois de serem recuperados e guardados no IML de Campo Grande, foram transferidas para o Hospital de Bonsucesso, entidade indicada pelo CREMERJ que oferecia local adequado para a catalogação dos crânios e arcadas dentárias" (Jornal do Brasil)




Os 14 militantes políticos assassinados, cujas ossadas foram encontradas na vala clandestina, foram:
1 – Almir Custódio de Lima (PCBR): 1950-1973
2 – Getulio D’Oliveira Cabral (PCBR): 1942-1972
3 – José Bartolomeu Rodrigues de Souza (PCBR): 1949-1972
4 – José Gomes Teixeira (MR8): 1941-1971
5 – José Raimundo da Costa (VPR): 1938-1971
6 – José Silton Pinheiro (PCBR): 1948-1972
7 – Lourdes Maria Wanderlei Pontes (PCBR): 1943-1972
8 – Luiz Guilhardini (PCdoB): 1920-1973
9 – Mario de Souza Prata (MR8): 1945-1971
10 - Merival Araújo (ALN): 1949-1973
11 – Ramires Maranhão do Valle (PCBR): 1950 - 1973
12 – Ranusia Alves Rodrigues (PCBR): 1945 - 1973
13 – Vitorino Alves Moitinho (PCBR): 1949 – 1973
14 – Wilton Ferreira (VAR-PALMARES): ? - 1972