Rio de Janeiro, 09 de abril de 2013.
Aos familiares, amigos e companheiros de
ALEX DE PAULA XAVIER PEREIRA (1949-1972)
Queremos de público
expressar nosso respeito e solidariedade aos familiares e companheiros de Alex, militante
revolucionário assassinado pela ditadura civil-militar aos 22 anos, em 1972, em
SP, por agentes do DOI CODI II Exército.
Hoje, após mais de 40 anos
de sua execução, seu corpo será exumado do Cemitério de Inhaúma, RJ, para que possa
haver confirmação de que aqueles são mesmo seus restos mortais, já que foi
enterrado por seus carrascos com nome falso no Cemitério Dom Bosco, em Perus,
SP *.
Alex participou do
movimento estudantil secundarista como diretor do Grêmio do Colégio Pedro II,
no Rio, em 1968, junto com Aldo Sá Brito, Luiz Afonso Miranda e Marcos Nonato
da Fonseca, também mortos na luta contra a ditadura militar e, mais tarde, da
ALN – Ação Libertadora Nacional.
Segundo
o procurador da República Sérgio Suiama existem 180 investigações em curso no
MPF para apurar crimes cometidos durante a ditadura militar (1964-1985). Entre
eles, estão incluídos execuções, sequestros e ocultação de cadáveres. Desse
total, 120 inquéritos tratam apenas de casos ocorridos no Rio.
— Caso não seja confirmada a identificação de Alex pelo exame de DNA,
vamos continuar investigando. Queremos punir os responsáveis por ocultação de
cadáver — afirma Suiama.
O pedido de
exumação foi feito pela irmã de Alex, Iara Xavier Pereira, de 61 anos, que
retornou ao Brasil em 1979 após o exílio. Desde então, ela procura pelo corpo
do irmão. À época, Iara perdeu outro irmão: Iuri Xavier Pereira, cujos restos
mortais já foram identificados.
‘Em
1996, identificamos o Iuri. São décadas sem resposta sobre o Alex. Todo cidadão tem o direito de
sepultar os seus mortos. Estamos correndo atrás das provas. Minha mãe vai fazer
88 anos. Meu pai já morreu. É uma luta sem fim’ — desabafa Iara, cujo pedido de
exumação de restos mortais, feito por meio do Ministério Público Federal, foi o
primeiro a chegar à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos,
órgão subordinado à Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência.
O Coletivo RJ
Memória, Verdade e Justiça tem como
proposição desenvolver atividades/ações relacionadas ao campo da Memória,
Verdade e Justiça. Reconhecendo a importância de se divulgar a Verdade do que aconteceu e
construindo a Memória daqueles tempos sombrios poderemos pavimentar o caminho
da Justiça e do fortalecimento da democracia. Vamos juntos homenagear aqueles
que perderam a vida lutando por uma sociedade mais justa.
*Alex foi enterrado como indigente com o nome de João Maria de Freitas
no Cemitério Dom Bosco, Perus, SP. O local era utilizado para enterrar vítimas
do regime. Oito anos depois, uma ossada foi transferida para Inhaúma, RJ, como sendo a do militante. A identidade de Alex, porém, nunca foi
confirmada.
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Fontes: www.torturanuncamais-rj.org.br
e http://oglobo.globo.com/pais/exumacao-tentara-identificar-corpo-de-guerrilheiro-8043658
Ao Coletivo RJ,
ResponderExcluirAgradecemos o apoio e solidariedade, juntos continuamos na luta pela Verdade, Memória e Justiça para os mortos e desaparecidos politicos.
Iara Xavier Pereira