sexta-feira, 4 de maio de 2012

Manifestantes Protestam pela Revisão da Lei de Anistia

Protesto no Rio cobra a imediata instalação da Comissão da Verdade e o Revisão da Lei de Anistia.
Cerca de 150 jovens, ex-perseguidos e familiares de mortos e desaparecidos políticos protestaram no dia 03 de maio de 2012, ao meio dia, em frente a sede do antigo DOPS do Rio de Janeiro, para cobrar a imediata instalação da Comissão Nacional da Verdade e pela revisão da lei que anistiou os agentes torturadores da ditadura militar no Brasil.
A manifestação, organizada por diversos grupos que lutam pelo direito à Verdade, Memória e Justiça no Rio de Janeiro, exigia a abertura de todos os arquivos ainda secretos, e o resgate da memória daqueles que lutaram contra o regime autoritário que comandou o Brasil de 1964 a 1985. “A grande participação de jovens nesse ato nos dá a certeza de que a luta de quem se levantou contra a ditadura no Brasil não será apagada, e que não viveremos mais tempos como aqueles”. – afirmou Carol Dias, do Levante Popular da Juventude, uma das organizações presentes no ato.

DOPS
O Departamento de Ordem Política Social serviu de presídio para perseguidos políticos durante a Ditadura Militar, mas sua atuação é controversa desde 1913, quando foi fundado. Hoje, no prédio do antigo, funciona o Museu da Polícia Civil, e o seu acervo contêm uma coleção de objetos afrobrasileiros, recolhidos pela polícia no século XX, por força do art. 157 da legislação penal, que condenava “o espiritismo, a magia e seus sortilégios”. Durante o Estado Novo, o DOPS também serviu de presídio para Olga e Luiz Carlos Prestes. Durante a ditadura militar, centenas de presos políticos foram conduzidos ao prédio da Polícia Central.

Irreverência
A juventude contagiou com irreverencia e mística todos os presentes. Através de encenações teatrais remontando as torturas ocorridas nos porões da ditadura os jovens deixaram sua mensagem: não aceitamos mentiras nem torturas, queremos a verdade sobre a história do Brasil. A bateria composta por instrumentos reciclados deu o tom da manifestação.
A montagem teatral contou com a colaboração do Centro de Teatro do Oprimido (CTO) que tem como missão promover o fortalecimento da cidadania e a justiça social através do Teatro do Oprimido, como meio democrático na transformação da sociedade. Um dos seus militantes fundadores, Augusto Boal, atuou intensamente contra o regime ditatorial no Brasil.

Revelações
Os manifestantes também cobraram a apuração das declarações recentes do ex-delegado do Dops, Cláudio Guerra, que afirma que os corpos de pelo menos 10 militantes de esquerda foram incinerados em uma usina de açúcar no Rio de Janeiro. As declarações do delegado, apesar da falta de comprovação, impulsionam ainda mais a luta popular pela instauração da Comissão Nacional da Verdade.

A manifestação em frente ao DOPS, no Rio de Janeiro, faz parte da Semana Nacional de Lutas pela Verdade, Memória e Justiça. Foi promovida pelo Coletivo RJ Pela Memória, Verdade e Justiça - Comitê pela Justiça, Verdade e Memória de Niterói - Consulta Popular - DCE UNIRIO - Frente Pela Memória, Verdade e Justiça - Levante Popular da Juventude - PCB - PCdoB - Rede Democrática - União Estadual dos Estudantes - União da Juventude Socialista.




Um comentário:

  1. MUITO BOM, COMPAS! Seguiremos cada vez com mais força no caminho da Verdade Memória e JUSTIÇA, sempre!

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