quarta-feira, 10 de abril de 2013

Nota de Apoio e Solidariedade do Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça

Rio de Janeiro, 09 de abril de 2013.

Aos familiares, amigos e companheiros de
ALEX DE PAULA XAVIER PEREIRA (1949-1972)

Queremos de público expressar nosso respeito e solidariedade aos familiares e companheiros de Alex, militante revolucionário assassinado pela ditadura civil-militar aos 22 anos, em 1972, em SP, por agentes do DOI CODI II Exército.
Hoje, após mais de 40 anos de sua execução, seu corpo será exumado do Cemitério de Inhaúma, RJ, para que possa haver confirmação de que aqueles são mesmo seus restos mortais, já que foi enterrado por seus carrascos com nome falso no Cemitério Dom Bosco, em Perus, SP *.
Alex participou do movimento estudantil secundarista como diretor do Grêmio do Colégio Pedro II, no Rio, em 1968, junto com Aldo Sá Brito, Luiz Afonso Miranda e Marcos Nonato da Fonseca, também mortos na luta contra a ditadura militar e, mais tarde, da ALN – Ação Libertadora Nacional.
Segundo o procurador da República Sérgio Suiama existem 180 investigações em curso no MPF para apurar crimes cometidos durante a ditadura militar (1964-1985). Entre eles, estão incluídos execuções, sequestros e ocultação de cadáveres. Desse total, 120 inquéritos tratam apenas de casos ocorridos no Rio.
— Caso não seja confirmada a identificação de Alex pelo exame de DNA, vamos continuar investigando. Queremos punir os responsáveis por ocultação de cadáver — afirma Suiama.
O pedido de exumação foi feito pela irmã de Alex, Iara Xavier Pereira, de 61 anos, que retornou ao Brasil em 1979 após o exílio. Desde então, ela procura pelo corpo do irmão. À época, Iara perdeu outro irmão: Iuri Xavier Pereira, cujos restos mortais já foram identificados.
‘Em 1996, identificamos o Iuri. São décadas sem resposta sobre o Alex. Todo cidadão tem o direito de sepultar os seus mortos. Estamos correndo atrás das provas. Minha mãe vai fazer 88 anos. Meu pai já morreu. É uma luta sem fim’ — desabafa Iara, cujo pedido de exumação de restos mortais, feito por meio do Ministério Público Federal, foi o primeiro a chegar à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, órgão subordinado à Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência.
O Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça tem como proposição desenvolver atividades/ações relacionadas ao campo da Memória, Verdade e Justiça. Reconhecendo a importância de se divulgar a Verdade do que aconteceu e construindo a Memória daqueles tempos sombrios poderemos pavimentar o caminho da Justiça e do fortalecimento da democracia. Vamos juntos homenagear aqueles que perderam a vida lutando por uma sociedade mais justa.
*Alex foi enterrado como indigente com o nome de João Maria de Freitas no Cemitério Dom Bosco, Perus, SP. O local era utilizado para enterrar vítimas do regime. Oito anos depois, uma ossada foi transferida para Inhaúma, RJ,  como sendo a do militante. A identidade de Alex, porém, nunca foi confirmada.

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Fontes: www.torturanuncamais-rj.org.br e  http://oglobo.globo.com/pais/exumacao-tentara-identificar-corpo-de-guerrilheiro-8043658



Um comentário:

  1. Ao Coletivo RJ,

    Agradecemos o apoio e solidariedade, juntos continuamos na luta pela Verdade, Memória e Justiça para os mortos e desaparecidos politicos.
    Iara Xavier Pereira

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