Entre 9h30 e 12h30, no dia 13 de agosto, a Comissão Nacional de Verdade realizou uma
audiência pública com a sociedade civil do Rio de Janeiro (familiares de mortos
e desaparecidos políticos, ex-presos políticos, pesquisadores e estudantes e
todos os demais interessados). Estiveram presentes 6 (dos 7) Comissionados: José Carlos Dias, José Paulo Cavalcanti, Maria
Rita Kehl, Paulo Sérgio Pinheiro,
Rosa Cardoso e o Coordenador Gilson Dipp.
O evento contou com apoio na
mobilização do Coletivo RJ Verdade, Memória e Justiça e foi transmitido, ao
vivo, pelo site da OAB-RJ.
Inicialmente,
após saudação do Coordenador Gilson Dipp, o comissionado Paulo Sergio Pinheiro
falou sobre o processo de criação da Comissão Nacional da Verdade, o contexto
latino-americano e os desafios da CNV. Em seguida, Rosa Cardoso fez uma breve
exposição sobre a organização interna da CNV, que estão divulgados no site da CNV aqui.
O presidente da OAB-RJ, Wadih Damous
fez uma fala sobre a luta pela democracia da OAB-RJ e a importância do papel
dos advogados no apoio aos perseguidos políticos do regime. Em seguida, falou
sobre a ‘Comissão da Verdade da Seccional do Rio’ que tratará, especificamente,
de arbitrariedades cometidas pela Justiça Militar contra presos políticos. Na
ocasião, entregou à CNV depoimentos já colhidos nesta instância, para subsidiar
seus trabalhos.
Aberta a audiência Pública, grupos e
entidades da sociedade civil se manifestaram em falas de 5 minutos, para a
exposição de demandas, preocupações e questionamentos sobre o trabalho da CNV.
O Coletivo RJ, especificamente, tratou
da questão dos testemunhos, como fontes de informação sobre os fatos
investigados tão importante (ou mais) quanto a prova documental. Destacou-se o
valor do testemunho – para além de sua função de relatar a verdade histórica –
por ter um papel por si só reparador, ao permitir a fala de vítimas e
testemunhas para o público, a sociedade.
Vera Vital Brasil falando pelo ColetivoRJ
Na parte da tarde, duas mesas-redondas foram
realizadas, abordando os antecedentes, contexto e razões do golpe militar, bem
como os locais de tortura e morte no RJ. Primeiramente, foi exibido um vídeo
preparado pela Comissão da Verdade, com imagens do acervo da Universidade
Federal de Minas Gerais, reunindo fotos e filmes/vídeos sobre a resistência à ditadura e centros de tortura
– a partir de mapeamento realizado pela assessora da CNV, Heloísa Starling.
A segunda mesa foi composta pelo jornalista
Chico Otávio, de O Globo, e o professor, teólogo e militante dos Direitos Humanos,
Leonardo Boff. Com o tema “Estruturas da Repressão – Locais de Tortura e Morte
no Rio de Janeiro”, mediada por Marcelo Chalreo (Comissão de DH da OAB-RJ),
Chico Otávio relatou sua experiência de ter entrevistado o ex-delegado do DOPS
Coronel Malhães e Leonardo Boff deu destaque à Casa da Morte, em Petrópolis.
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