quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Audiencia Pública com a Comissão Nacional da Verdade no Rio de Janeiro


Entre 9h30 e 12h30, no dia 13 de agosto, a Comissão Nacional de Verdade realizou uma audiência pública com a sociedade civil do Rio de Janeiro (familiares de mortos e desaparecidos políticos, ex-presos políticos, pesquisadores e estudantes e todos os demais interessados). Estiveram presentes 6 (dos 7) Comissionados: José Carlos Dias, José Paulo Cavalcanti, Maria Rita Kehl, Paulo Sérgio Pinheiro, Rosa Cardoso e o Coordenador Gilson Dipp.
O evento contou com apoio na mobilização do Coletivo RJ Verdade, Memória e Justiça e foi transmitido, ao vivo, pelo site da OAB-RJ.
Inicialmente, após saudação do Coordenador Gilson Dipp, o comissionado Paulo Sergio Pinheiro falou sobre o processo de criação da Comissão Nacional da Verdade, o contexto latino-americano e os desafios da CNV. Em seguida, Rosa Cardoso fez uma breve exposição sobre a organização interna da CNV, que estão divulgados no site da CNV aqui
O presidente da OAB-RJ, Wadih Damous fez uma fala sobre a luta pela democracia da OAB-RJ e a importância do papel dos advogados no apoio aos perseguidos políticos do regime. Em seguida, falou sobre a ‘Comissão da Verdade da Seccional do Rio’ que tratará, especificamente, de arbitrariedades cometidas pela Justiça Militar contra presos políticos. Na ocasião, entregou à CNV depoimentos já colhidos nesta instância, para subsidiar seus trabalhos.
Aberta a audiência Pública, grupos e entidades da sociedade civil se manifestaram em falas de 5 minutos, para a exposição de demandas, preocupações e questionamentos sobre o trabalho da CNV.
O Coletivo RJ, especificamente, tratou da questão dos testemunhos, como fontes de informação sobre os fatos investigados tão importante (ou mais) quanto a prova documental. Destacou-se o valor do testemunho – para além de sua função de relatar a verdade histórica – por ter um papel por si só reparador, ao permitir a fala de vítimas e testemunhas para o público, a sociedade.


Vera Vital Brasil falando pelo ColetivoRJ 

Na parte da tarde, duas mesas-redondas foram realizadas, abordando os antecedentes, contexto e razões do golpe militar, bem como os locais de tortura e morte no RJ. Primeiramente, foi exibido um vídeo preparado pela Comissão da Verdade, com imagens do acervo da Universidade Federal de Minas Gerais, reunindo fotos e filmes/vídeos sobre  a resistência à ditadura e centros de tortura – a partir de mapeamento realizado pela assessora da CNV, Heloísa Starling.
 A primeira mesa-redonda foi composta pelos professores Carlos Fico e Maria Celina D´Araújo e pelo advogado Modesto da Silveira. A mesa foi mediada pela comissionada Rosa Cardoso, com o tema: “Antecedentes, Contexto e Razões do Golpe Militar”.
 A segunda mesa foi composta pelo jornalista Chico Otávio, de O Globo, e o professor, teólogo e militante dos Direitos Humanos, Leonardo Boff. Com o tema “Estruturas da Repressão – Locais de Tortura e Morte no Rio de Janeiro”, mediada por Marcelo Chalreo (Comissão de DH da OAB-RJ), Chico Otávio relatou sua experiência de ter entrevistado o ex-delegado do DOPS Coronel Malhães e Leonardo Boff deu destaque à Casa da Morte, em Petrópolis.


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